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PSICOLOGIA OU PSICANÁLISE?


As diferentes linhas psicológicas e propostas de tratamento

Muitos pacientes perguntam sobre a diferença entre a psicologia e a psicanálise. A psicologia é um campo amplo do conhecimento e engloba diferentes correntes teóricas que buscam compreender, cada qual à sua maneira, como se dão o funcionamento psíquico e o comportamento humano. Dentro desse grande campo existem as abordagens clínicas, que se debruçam sobre os processos de adoecimento psíquico e dispõem de diferentes propostas de intervenção e tratamento, como a Gestalt-terapia ou a Teoria Cognitivo Comportamental (TCC).


Já a psicanálise se entende como uma área do conhecimento à parte da psicologia e de fato não compartilha de muitos de seus pressupostos. Essa diferença se pauta no fato de que o conceito fundamental da psicanálise, de valor central tanto na teoria quanto na clínica, não é compartilhado pelas outras abordagens - o inconsciente -, pelo menos não tal como concebeu Freud. O inconsciente para a psicanálise não se trata de algo que não temos consciência no momento, mas podemos vir a tê-lo mais tarde - isso seria o pré-consciente. O inconsciente da psicanálise fala de um ponto de desconhecido em nós mesmos que, apesar disso, se faz intensamente presente em nossas vidas, determinando nossas escolhas e também muitos dos nossos fracassos.


O inconsciente não seria então o contrário de “consciente”, mas sim uma força que atua e fala em cada um de nós à nossa revelia, o que implica numa verdade muito dura revelada por Freud ao propor que “não somos senhores em nossa própria morada”. Não se trata, é claro, de algo sombrio que devemos temer, mas talvez justamente daquilo de mais íntimo e verdadeiro em nós, que nos cabe, ao invés disso, aprender a nos apropriar.


Diferente do que vejo muitos colegas psicanalistas dizerem, não entendo que a psicologia e a psicanálise sejam campos antagônicos, afinal ambos se propõem a tratar

o sofrimento daquele que procura ajuda. Isso não significa que não existam diferenças importantes e talvez mesmo inconciliáveis entre elas. Eu optei por seguir pela psicanálise porque acredito que ela disponha de recursos mais efetivos para tratar a angústia e o sofrimento, e porque o faz de maneira revolucionária, orientada por aquilo que toca e convoca a cada um e não por um conceito geral de normalidade.


Vale lembrar que existem muitas "psicanálises", quer dizer, também existem diferentes abordagens dentro da psicanálise e em cada uma delas, diferentes psicanalistas, com entendimentos distintos sobre a clínica. Mas isso já é tema de outro post do blog, intitulado "Linhas da psicanálise e diferenças", que você pode conferir por aqui.


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